16 de novembro de 2008

20/11 - Dia da Consciência Negra














Vozes

Quando virá a alforria?
Sinto ainda o chicote
Nas costas torturadas
Pelo desprezo, do nada,
Do que sou, do que fui,
De onde nem sei se vou...
Quando virá o dia
Em que soltarão os grilhões,
Cicatrizarão as feridas
E terei amor pela vida
Que o futuro pode me proporcionar?
Vozes na lembrança,
Choros incontidos,
Estalos cortando o ar e os feridos
A cantar...
Sempre cantando suas dores,
Na maneira exata de dizer:
Sou gente!
Independente de não querer...
Quando???

Angela Padilha

Enviado por Maria Angélica Bernardes Santos/Bilá

******************************************************************

O CORPO GRITA

O corpo grita chicoteado: ai!
De mil quatrocentos e quarenta e um
A mil oitocentos e oitenta e oito,
São quatrocentos e quarenta e nove
Os anos de chicote à negritude.
O corpo grita chicoteado: ai!
De mil oitocentos e oitenta e oito
Ao corrente ano de dois mil e cinco
Se vão mais de cento e dezessete anos
Em que a negritude é posta de canto.
Por isso são os trezentos e dez anos
Da morte do rei
Zumbi dos Palmares,
Em mil seiscentos e noventa em cinco,
No já distante vinte de novembro,
A data referência do movimento.
E jamais haverá treze de maio
A encobrir a real importância
De que a luta é dos negros, não dos brancos.
Dia Nacional da Consciência Negra,
O negro qual real protagonista.

Edduardo Terra Coelhoh
Enviado por Maria Angélica Bernardes Santos/Bilá

**************************************************************

Negras memórias

A José Bento Rosa
A pele é negra
A minha pele
Tem que ser negra
O olfato negro...
Ao fato negro
O fator negro
É sempre negro
O poder negro
Do mercado negro
Quer manchar nossa história
Que compõe nossa estória
Que é sempre negra
Como meu passado é negro
Que tem o tom da minha pele
Cor negra por todos os lados
Cor de ébano!
Como minha memória...
Negras memórias!
De um pobre negro...
Do negro pobre
Que é sempre negro
Como meu passado negro
Que não é negro
Mas é negro!
Tão negro como minha pele... ...negra
Pois tenho origem no velho continente
O velho mundo
Que é negro
Assim como minha pele
Que é negra
Pois somos!
Os braços!
As pernas!
A nação proletária
Com as costas marcadas
Das chibatas Negra...
Que movimentaram
Que movimentam
Que movimentarão
O futuro...
Desta Terra
De novo mundo...
Sou negro
Assim como minhas...
..memórias
Que alguns tentam
Em vão apagar
Minha consciência é negra
Meu passado é negro
Meu futuro há de ser negro

poesias retiradas do site: http://www.blocosonline.com.br/****************************************************************

Nenhum comentário: